Livre-se do seu julgamento
- renatobaldissera

- 11 de ago.
- 2 min de leitura
No mundo das vendas um dos maiores obstáculos não está no concorrente, no preço ou no produto — mas no que acontece dentro da nossa própria mente.
O hábito de julgar constantemente cada ação como “boa” ou “ruim” mina a confiança, cria tensão e nos afasta do estado de presença, onde a performance naturalmente acontece.
Se você observar um vendedor durante o dia, verá esse processo em ação:
Após uma ligação não convertida: “Falei mal, sou péssimo em prospecção.”
Depois de um fechamento grande: “Hoje estou com sorte, mas amanhã provavelmente não vou conseguir repetir.”
Ao ouvir um ‘não’ de um cliente importante: “Esse mercado está ruim, ninguém quer comprar.”
Esses julgamentos surgem automaticamente, moldados pelas reações do ego. E o problema é que eles não param no fato em si — eles crescem.Primeiro, avaliamos a ação (“essa reunião foi ruim”). Depois, estendemos o rótulo para nós mesmos (“sou ruim de negociação”). Por fim, generalizamos para o todo (“não estou conseguindo vender nada”).
Essa espiral mental é perigosa, pois frequentemente se transforma em uma profecia autorrealizável: quanto mais repetimos para nós mesmos que algo não funciona, mais o nosso corpo e mente atuam para confirmar essa ideia.
O que fazer, então?
O segredo não está em ignorar erros ou dificuldades, mas em observá-los de forma neutra lugar de pensar “sou péssimo em vendas”, experimente apenas constatar:
“Hoje, de 10 clientes que abordei, 7 não avançaram para a próxima etapa. Vou entender o motivo.”
Perceba: isso é um dado e não um julgamento. O dado abre espaço para análise e melhoria. O julgamento gera frustração, insegurança e trava a ação.
Quando você aceita o que está acontecendo no momento, sem a necessidade de rotular, seu corpo relaxa, sua mente ganha clareza e suas decisões se tornam mais assertivas. É como no tênis: um jogador tenso erra mais, mas um jogador presente e calmo ajusta o movimento naturalmente.
Aplicando no dia a dia comercial
Ao final de cada atendimento, anote o que aconteceu, mas sem usar palavras como “péssimo” ou “excelente”.
Foque nos fatos: quantos contatos foram feitos, quantas reuniões marcadas, quantos fechamentos realizados.
Use essas informações para ajustes estratégicos, não para atacar a si mesmo.
Lembre-se: vendas são um jogo de constância, não de perfeição.
No fim das contas, o verdadeiro jogo comercial é interno. Quando eliminamos a autocrítica destrutiva, abrimos espaço para mais energia, presença e criatividade — e isso, inevitavelmente, leva a melhores resultados.
Autor: Renato Baldissera
Criador do projeto Capital Interno
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