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Livre-se do seu julgamento


No mundo das vendas um dos maiores obstáculos não está no concorrente, no preço ou no produto — mas no que acontece dentro da nossa própria mente.

O hábito de julgar constantemente cada ação como “boa” ou “ruim” mina a confiança, cria tensão e nos afasta do estado de presença, onde a performance naturalmente acontece.

Se você observar um vendedor durante o dia, verá esse processo em ação:

  • Após uma ligação não convertida: “Falei mal, sou péssimo em prospecção.”

  • Depois de um fechamento grande: “Hoje estou com sorte, mas amanhã provavelmente não vou conseguir repetir.”

  • Ao ouvir um ‘não’ de um cliente importante: “Esse mercado está ruim, ninguém quer comprar.”

Esses julgamentos surgem automaticamente, moldados pelas reações do ego. E o problema é que eles não param no fato em si — eles crescem.Primeiro, avaliamos a ação (“essa reunião foi ruim”). Depois, estendemos o rótulo para nós mesmos (“sou ruim de negociação”). Por fim, generalizamos para o todo (“não estou conseguindo vender nada”).

Essa espiral mental é perigosa, pois frequentemente se transforma em uma profecia autorrealizável: quanto mais repetimos para nós mesmos que algo não funciona, mais o nosso corpo e mente atuam para confirmar essa ideia.

O que fazer, então?

O segredo não está em ignorar erros ou dificuldades, mas em observá-los de forma neutra lugar de pensar “sou péssimo em vendas”, experimente apenas constatar:

“Hoje, de 10 clientes que abordei, 7 não avançaram para a próxima etapa. Vou entender o motivo.”

Perceba: isso é um dado e não um julgamento. O dado abre espaço para análise e melhoria. O julgamento gera frustração, insegurança e trava a ação.

Quando você aceita o que está acontecendo no momento, sem a necessidade de rotular, seu corpo relaxa, sua mente ganha clareza e suas decisões se tornam mais assertivas. É como no tênis: um jogador tenso erra mais, mas um jogador presente e calmo ajusta o movimento naturalmente.

Aplicando no dia a dia comercial

  • Ao final de cada atendimento, anote o que aconteceu, mas sem usar palavras como “péssimo” ou “excelente”.

  • Foque nos fatos: quantos contatos foram feitos, quantas reuniões marcadas, quantos fechamentos realizados.

  • Use essas informações para ajustes estratégicos, não para atacar a si mesmo.

  • Lembre-se: vendas são um jogo de constância, não de perfeição.

No fim das contas, o verdadeiro jogo comercial é interno. Quando eliminamos a autocrítica destrutiva, abrimos espaço para mais energia, presença e criatividade — e isso, inevitavelmente, leva a melhores resultados.


Autor: Renato Baldissera

Criador do projeto Capital Interno

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